A Política nossa de cada dia

Política é convivência, respeito mútuo, crescimento e desenvolvimento, e nós, animais racionais, somos seu agente disseminador. Quando precisamos decidir em atravessar ou não uma via, quando optamos por este ou aquele curso superior, quando sucumbimos nossas ideias em função do outro, estamos fazendo valer o termo política na sua melhor forma, pois, somos livres para tomar tais decisões, sendo necessária a reflexão do termo política como sinônimo de liberdade, seja ela individual ou coletiva.
Voltando os olhos para a sociedade contemporânea brasileira, torna-se evidente a distância criada entre o termo política e a prática política, se para os gregos liberdade e política tratava-se de um único tema, para nossa sociedade, o termo soa de forma pejorativa, remete-se a trapaça, desvio de conduta, jogo de interesse no sentido particular, desvinculando-se cada vez mais do objetivo de garantia da vida no sentido amplo, no aspecto do socialmente correto, onde as minorias seriam representadas, respeitadas e seus direitos preservados. Hoje, a omissão diante dos fatos, retrata o descaso do individuo para com a sociedade, torna-se mais fácil não opinar a respeito de determinado tema, fazendo parecer que, cada indivíduo, não é diretamente responsável pelo comportamento coletivo, como se o todo populacional, não se formasse de cada um.
A política é um jogo de interesses, com peças que precisam ser manipuladas estrategicamente, transformando o individuo em cidadão pleno, onde uma sociedade mais justa seria apenas consequência.
O cidadão brasileiro não possui base política, o que torna conveniente e abusiva a prática da “politicagem” por parte daqueles que detém o poder, e tratam a população como mera massa de manobra, ou seja, a política na sua pior face.
Na busca por uma mudança na imagem política brasileira, faz-se necessário incluir política e seus conceitos discretamente desde a educação infantil e seu fortalecimento durante o ensino fundamental, o mais seria consequência, provavelmente positiva.
Renata Rimet 
Educadora Social

Comentários

  1. Leandro e Renata,

    O tema é amplo e rico por si só, inevitável deixar de fazer alguma consideração:

    Não devemos esperar por educação inclusiva, a partir de um ato institucional, governamental.
    O educador deve agir pela livre pensamentação, é nossa a sala de aulas, o educador precisa e deve fazer valer a percepção e opinião dos seus alunos. Nas salas de aulas do ensino fundamental, temos contato com os resultados das ações políticas, é onde estão expostos, em carne, ossos, comportamentos e idéias, os resultados dos avanços e dos retrocessos fomentados pelas decisões políticas.

    O educador, não pode nem deve agir discretamente, somos monitores do destino, está em nossas mãos, fazer das práticas educativas um instrumento de libertação, sem nenhuma discrição, sem nenhuma restrição, pois somente com a pronta ação, os resultados serão reconhecidos como fato social aglutinador.

    Ao falarmos em política e liberdade, se formos discretos, o que entendo como receio, medo, passaremos a impressão de que as mudanças não são possíveis, que é assunto proibido, exigindo cautela na exposição. Ao fazermos assim estaremos consolidando os modelos vigentes, porque deixamos claro que há limites para a opinião, para a expressão, que estamos cometendo um delito, mesmo que o regime seja democrático.
    Altair Ramos

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  2. Discretamente para um educador é quando pretende que ao final do ano sua turma de 6 anos esteja alfabetizada e para isso DISCRETAMENTE apresenta vogais, une umas a outras, depois DISCRETAMENTE continua a inserir outras letrinhas a ponto de não prejudicar a turma e sim desenvolver o conhecimento dentro dos limites adequado a idade...talvez desconhecer termos e suas aplicações seja um problema; com relação a reflexão acima, que não é nova, o termo POLITICA é amplo mesmo que não se demonstre interesse partidario, voltando ao texto e colaborando com o entendimento ensine a criança desde cedo que todas as suas decisões são politicas, que não é feio sugerir algo, que ao decidir observar a direita e a esquerda antes de atravessar uma via é decisão importante, pois diz respeito a vida não só de quem deseja chegar ao lado oposto da rua...esse é um modelo discreto (olha o termo ai mais uma vez)de ensinar crianças...torna-las livres de conceitos enlatados e pré estabelecidos; lendo o comentário do meu irmão imaginei ele ainda criança, assistindo aulas de EMC e OSPB, talvez a confusão venha desta base, que deveria ter ficado lá atrás...

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  3. Mera questão de subjetividade polissêmica.

    Algumas palavras possuem sentidos diferentes, a interpretação das mesmas subordinam-se ao foco individual do leitor. Sendo este texto um mero editorial, a interpretação pode ser diversa. Caso fosse um trabalho científico, certamente viria antecedido de um prólogo ou síntese, até mesmo acompanhado de glossário, que objetivariam em um entendimento bastante próximo da hegemonia.

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