ESSA É A BAHIA DE TODOS NÓS!

Por: Elenilson Nascimento

"'Se depender de mim vocês não terão salários', disse o governador déspota Wagner para os professores."

Por Elenilson Nascimento
Não tenho mais adjetivo para o prefeito mamão de Salvador e/ou para o governador déspota desse Estado. Mas isso também não faz falta porque João “mamão” e Wagner já se tornaram adjetivos de descaso. Pois não é que esses, esses, esses seres renascidos do Inferno, não contentes em não administrar o serviço público ainda querem jogar o nosso Estado no lixão da "Avenida Brasil"?
Você quer saber como os ratos roem o queijo e depois são mortos enquanto você dorme após um dia exaustivo de trabalho? Acorde no meio da noite para surpreendê-los na filial do Inferno, o celeiro de “merdas” e ponto de encontro de funcionários públicos inúteis, conhecida como Secretária da Educação do Estado da Bahia. Ou então, tente protestar contra esse governo parasita e ditador.
Sou de uma família humilde e de pessoas que nunca valorizaram a educação. Mesmo assim, um dia, ainda acreditei que a educação fosse a minha passagem para tirar o pé na lama. Entrei numa faculdade com muito sacrifício e sai de lá com uma revolta tão grande que quase enfio o canudo no... de reitor. Entrei para a educação por total falta de opção. Exerci o duro ofício durante dez anos, nos quais me apaixonei em lidar com alguns poucos alunos interessados e interessantes, mas já questionava o nível de exigência que podia lhes fazer. Isso faz alguns anos: quando éramos ingênuos, e não antecipávamos ter nosso país entre os piores em educação.
Hoje, o governador déspota petista – em meio à crise da farsa dos aulões ministrados pelo seu amiguinho São Jorge e garoto propaganda da Rede Bahia, enfrentou mais uma onda de protestos durante sua visita (visita pra que? ) ao município de Campo Formoso (BA), na tarde de ontem. "Vocês deviam estar na sala de aula. A minha vida inteira foi de carteira assinada e salário é a contraprestação do trabalho. Vocês não trabalham e se depender de mim não terão salário. O salário vai voltar quando vocês forem trabalhar. Eu nunca vi ninguém ficar em casa anunciando as férias e ainda ter a petulância de querer salário", disparou o déspota do cão, aplaudido pelos “baba ovo” e vaiado por muitos, com relação à greve dos professores.
E como tem se tornado característica, depois da total omissão da sociedade, os professores apoiados por alunos protestaram e vaiaram o petista que de pronto reagiu. E com o seu veneno para os ratos, o governo ditator-petista e discípulo do Lula, hoje amiguinho do Maluf, anda tratando os professores do Estado com descaso. Quer conhecer os bastidores da corrupção que envergonha esse país? Depois de Brasília, a Bahia é onde as coisas realmente descem a ladeira. E não só envergonhando, mas empobrecendo a nação em todos os sentidos. Se já é difícil criticar alguém por um deslize qualquer, imagine, então, colher provas para desmascarar corruptos que até mandam matar os denunciantes.
Wagner aproveitou a ocasião para listar “ganhos” que a categoria teve em seu governo que só ele, na sua demagogia, acredita (ou finge acreditar para enganar os retardados com propagadas lindas) e chamou os professores de “covardes e petulantes” e disse ainda que salário é contraprestação do trabalho. Mas que salário? 
Sempre acompanhado pela sua grande comitiva de “puxa sacos”, entre os quais estavam os deputados Roberto Carlos (PDT) e Marcelo Nilo (PDT), o déspota partiu para a baixaria: "Não pensem que vocês me intimidam usando a garotada para ser escudo da covardia de vocês. Sou pai, sou avô, sou sindicalista e sei da covardia de vocês que se escondem atrás dos alunos pra poder reivindicar salário. Vocês deviam dizer que apesar de nenhum salário ser bom, que o salário da Bahia está entre os sete melhores do país".
 O governador déspota sendo vaiado em Campo Formoso (BA).
Todo o discurso infeliz do governador não tem nada a ver com a realidade na Bahia, cada vez mais feia e desvalorizada na contramão da modernidade. É essa a política caudatária do Affirmative Act americano. Só que nos EUA a população negra corresponde a 12%, enquanto no Brasil os negros e pardos são 50%, sendo que na Bahia, são mais de 70%. Então, o que nos EUA é uma coisa praticamente irrelevante, aqui abarca um número muito grande da população. Os negros e pobres não estão fora das escolas e faculdades porque são negros, por causa de um sistema educacional racista, mas porque são pobres.
O sistema educacional brasileiro coloca os pobres para escanteio. O problema é de inclusão de classes. E essa greve dos professores na Bahia é aprova de que a educação é tratada como lixo por um governo que nunca valorizou nada, além de iludir os miseráveis com bolsas sociais. Com a continuidade do protesto dos estudantes em Campo Formoso, inclusive com gritos de "ih fora" e "traidor", o governador baiano rebateu. "Se você não ouvir, você não vai entender querida. Se você só quer gritar a sua verdade, aí você não vai se educar nunca. Se você não quer ouvir, você não vai conseguir", disse Wagner. 
Para a professora e escritora Anna Carvalho esse tipo de regime fascista e mentiroso do PT serve somente para benefício às minorias de banqueiros, políticos e empresários e não faz nenhum sentido no momento em que o nosso país nem atingiu um desenvolvimento em que ele pode prescindir das suas melhores cabeças. E onde estão as cabeças da Bahia? Segundo Carvalho: “Hoje fui dar uma entrevista para a TVE, falar da importância da redação no ENEM e me surpreendi com uma camisa de uma aluna de uma determinada escola pública e com os dizeres da camisa "Povo educado, vai para as ruas exigir o melhor", fui para aprender mais e saber o quanto é necessária a não lucidez do povo, o quanto essas pessoas precisam estar ligadas no vídeo das estudetes... Sem muita retórica, aprendo que nada sei... Só sei que de blefe o país está cheio...”
Vamos continuar com esse sistema de meritocracia: se as vagas nas escolas são tão poucas, com esse ensino medíocre, que sejam só para os bem nascidos. Se melhorássemos a educação básica das pessoas menos qualificadas, elas poderiam chegar à universidade pelos próprios méritos. E esse país realmente pode sair do buraco.

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